Presidente da FIESP, Paulo Skaf, apoia redução das taxas de juros
(07/06)

Presidente da FIESP, Paulo Skaf, apoia redução da taxa de juro
Durante a reunião, Skaf convidou  José Alves Filho, para  integrar o Conselho Econômico da FIESP

São Paulo, junho de 2016 - Na expectativa de que o atual governo do País, comandado pelo Presidente interino do Brasil, Michel Temer, apoie a redução da taxa Selic, no dia 7 de junho, executivos do Instituto DEMOCRATIVA se reuniram com o Empresário e Presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), Paulo Skaf, em busca de apoio para propagar a importância em diminuir a taxas básica de juro, liberando mais crédito à população e impulsionando o consumo para que o brasileiro volte a comprar. Em 2003 e 2009 e no ano passado foi verificado um aumento de 3 a 4 pontos em cima da perda do PIB.

Com as previsões apontadas para este ano, para 2017 e 2018, com arrecadações zero, a arrecadação pública não vai contribuir, pelo contrário, ela vai trabalhar para que neste e no ano que vem, tenha uma queda de arrecadação. A questão da flexibilidade que tem o Governo na questão despesa é mínima, pois 36% das despesas públicas não financeiras pertencem ao Governo Federal, 64% opera nos Estados e Municípios, o que não é discutido com seriedade na questão fiscal do Brasil, explica José Alves Filho, Presidente do Instituto DEMOCRATIVA.

Na data, José Alves apresentou pontos importantes da DEMOCRATIVA e ressaltou os problemas fiscais. Para o executivo, uma ação semelhante à economia real zero, levaria pelas análises, quatro ou cinco anos para conseguir refletir de fato na economia. Há uma expectativa de mudança, porém a confiança que o novo governo traz, é relativa, já que possui vida curta governamental. Se as coisas não mudarem, vamos ter uma contrapartida. Por isso viemos aqui, pois o senhor sempre foi transparente. Não viríamos, se a participação da FIESP não fosse imprescindível para que possamos falar mais alto, detalha Alves Filho.  

Durante a reunião, Herculano Anghinetti, presidente da ADIAL BRASIL, comentou que no Brasil gasta-se, hoje, em média, 1 bilhão para sustentar uma política equivocada. "Ano passado subiu os juros e travaram o crédito. Se não destravarmos a economia não irá crescer".

Alves Filho completa dizendo: "Hoje um cidadão compra duas televisões e leva uma, porque uma fica para pagar os juros das prestações. Saiu um estudo que os economistas defendem a poupança e mecanismo fiscal. Mas se a pessoa poupar e não consumir ela não vai gerar emprego e não vai consumir e isso caminha no sentido contrário do que idealizamos para a economia brasileira".

Um dos pontos apresentados sobre o tema, foi que o Brasil quando cresce, aumenta a taxa de juro e que se a economia ficar presa somente aos reajustes fiscais e não fizer com que a Receita seja superior às despesas, acumulando o mínimo de patrimônio, o governo brasileiro cavará a própria sepultura do País.

Para o Instituto, os brasileiros estão habituados que a taxa de juro esteja atrelada à inflação. Em outros países não se atrela a inflação à taxa básica de juro e aqui é algo habitual. "Se tivéssemos uma taxa de juros de 3% não teríamos esse problema. Desatrela a taxa Selic da inflação que os industriais não precisarão ir até o BNDES. Não adianta falar em confiança de melhora, se a população não tiver o mínimo de crédito, ela não vai consumir. É necessário que os juros do cartão sejam no máximo de 20% ao ano, que o cheque especial seja de no máximo de 20%. Na quase quebra da Espanha, há quatro anos, ao país conseguiu manter a taxa de juros a 0,05% ao ano. Agora abaixou para 00% em março, e ainda assim estão conseguindo manter a empregabilidade num movimento positivo, e a Espanha segue como o quarto maior crescimento do mundo", diz Paulo Skaf.

O Presidente da FIESP ainda mencionou que a questão dos juros é uma roubalheira. "Alguém há tempos falou em superávit primário. Para mim não interessa o superávit primário e sim o nominal, pois é uma despesa como qualquer uma e tem que ser paga. É como se você tivesse uma empresa e não contabilizasse os juros como despesa.  Imagino que a taxa Selic a 14% é uma roubalheira. O cheque especial é um assalto. Imaginem com uma inflação de 7% você emprestar dinheiro a 8,9 ou 12% ao mês, dá uns 300% ao ano, isso é um assalto", elucida Skaf.

Para o empresário é necessário gastar tempo para conscientizar a população que os juros são altíssimos no Brasil e é um mau costume errado. "É imprescindível ouvir todos os lados, muitos apontam que isso é uma dívida pública, funciona como uma empresa que está devendo um banco, quando você tem um endividamento você fica refém", completa o empresário que ainda ressalta: "a medida de limitar o gasto do ano seguinte à inflação do ano anterior, se fosse feita em 2005, teríamos uma dívida de 700 milhões e estaríamos com uma taxa Selic de 2%. Meu pensamento agora é que há meses havia um cenário político que precisava de mudança, focamos naquilo, agora, estamos em um novo momento do Brasil".

O Presidente da FIESP apontou números preocupantes como as mais de 200 mil lojas sendo fechadas nos últimos meses; os 12 milhões de pessoas desempregadas. Em comparação com países como EUA, México e Espanha, o Brasil está se afundando, perdendo na escala de negócios. "Quem constrói o Brasil são os trabalhadores, o momento é de fazer um esforço único. A próxima reunião será para resolver problemas maiores e retomar o crescimento e a confiança econômica, e para isso é preciso união. A situação política era algo que muitos não acreditavam e aconteceu. O Ministério Público e a Justiça precisam cumprir o papel deles lá e nós cumprirmos o nosso aqui. Avisa que não aceitamos mais o Brasil não crescer, é a hora de chamar a nação para a retomada do crescimento", afirma Skaf com veemência.

Porém, para o empresário, neste momento, na realidade em que o Brasil está, será difícil defender 3% de taxa Selic. "Mas creio e estamos juntos 100% na luta de abaixar os juros.  Penso que temos que ter equilíbrio daquilo que pode ser feito.  Por exemplo, no orçamento deste ano eles aprovaram 170 milhões, mas é possível ser 60 ou 70 milhões. Temos 48 bilhões no orçamento da união, tem desperdícios de mais, isso é um excesso. Há 2 trilhões de arrecadação de impostos mal gastos, isso já é uma pancada em quem já está fraco. Temos muito a discutir e fazer. Tem que ser no mesmo espírito do impeachment", completa Skaf.

Presente na reunião, o engenheiro e mestre em finanças, Amir Khair, se pronunciou ressaltando a importância de criar uma campanha redução de juros. "Não vejo saída política com a questão do congresso, o Temer terá uma dificuldade muito grande para provar coisas que vão frontalmente aguçar a questão social. A Dilma tentou na marra abaixar em 2012 a Selic e as taxas de juros, argumentou uma justificativa técnica para os bancos reduzirem as taxas qual foi o erro: falta de estratégia, bancos reduziram, mas como não havia uma campanha, durou dois meses. Não existe chance de uma mudança radical sem o apoio da sociedade. A dúvida entre eles é: consequência ou causa? Pois os que são contra apontam que as taxas de juros é consequência do processo inflacionário, e enquanto não vencermos essa ideia, cada um a favor, serão 10 contras", finaliza.

No encerramento da reunião, Skaf convidou o Presidente do Instituto DEMOCRATIVA, José Alves Filho, para integrar o Conselho Econômico da FIESP, e o executivo aceitou.